Desacelerar, verbo tão pouco conjugado, mas que nunca foi tão necessário à humanidade. É com essa proposta, quase que utópica de desaceleração, que Entre o azul e o amarelo convida o leitor a imergir em seus versos como num mergulho perene aos meandros do poema. A obra Entre o azul e o amarelo nos remete ao que há de mais belo no campo da poesia moderna. Trata-se de uma coletânea de poemas nascidos da necessidade de aprisionar no papel sentimentos ora desconhecidos do escritor, ora de domínio do poeta, para posterior liberdade, tão logo se abra as páginas da obra. Com uma linguagem clara e objetiva, Guto Rocha extrai da palavra e de seus subentendidos, toda a beleza e profundidade necessárias à contemplação, enquanto os carros buzinam lá fora. O verso livre, visual e preciso, típico do estilo literário, se entrelaça à introspecção por vezes melancólica, dos antigos poetas clássicos, nos fazendo mergulhar na profusão de sensações que despertam a cada instante de leitura, descobrindo, decifrando, experienciando cada camada de seus versos, mesmo que, nos poemas de Guto Rocha, seja “forçoso constatar, que não há fim para as camadas”. Autor: Guto Rocha